quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Decifra-me ou...

Acredito que o maior desafio que enfrentamos à medida que vamos crescendo e amadurecendo é o auto-conhecimento. Quem eu sou? Do que/de quem eu gosto? Por que eu gosto? Nem sempre são essas as perguntas que surgem... na verdade, passamos tempo demais sem nos perguntarmos isso. E acabamos vivendo uma pseudo-angústia que permeia todas as nossas atitudes.

Eu até que me conheço um pouco... um pouco de cada um que sou. Já há um bom tempo reconheço que tenho atitudes bem diferentes em diversas situações. Percebi que, na verdade, pareço demonstrar atitudes e características ligeiramente diferentes em cada ambiente que estou.

Algumas coisas simplesmente não mudam.... mas é inevitável não perceber: exite o Paulo da família, o do trabalho, o Paulo que se formou em Letras, que é diferente do que está se formando em Direito, há o Paulo que joga tibia, o que joga WAR, o Paulo que gosta de seriados americanos, aquele que gosta de desenhos, o que assiste o BBB, o que brinca com crianças, o que brinca como criança, o que parece ser mais velho do que realmente é.

Um e vários. Na verdade, isso nunca foi problema para mim, pelo menos não enquanto esses paulos se mantinham separados. Mas o que acontece quando o jogador se depara com o noivo e precisam decidir algo muito importante?

Não é o caso de dupla personalidade ou esquizofrenia. Não... é só uma característica intrinsecamente humana: a necessidade de conhecer-se.


Esse é o Charada! ... ou sou eu?

Um dos vilões mais emblemáticos das HQs do Batman era o Charada. (Na verdade o Duas-Caras é aquele que vive uma crise de identidade, mas...) Para mim, o Charada representa muito bem essa espécie de conflito. Uma eterna interrogação se coloca diante de mim a cada decisão que preciso tomar. Não importa que eu sempre tenha me comportado de determinada forma. A possibilidade de mudança está sempre presente.

No embate do dia-a-dia, vou me conhecendo cada vez mais. E agora, talvez devido à idade (sim... já passei pela crise dos 30), estou conseguindo mesclar aqueles que, antes, eram completamente diferentes. O mosaico vai se completando e, finalmente, estou começando a me reconhecer como um. Nessa junção se encontra parte da alegria de viver. Poder surpreender-se é algo muito bom...

E assim caminho... escondendo-me por vezes atrás daquilo que esperam de mim... mostrando-me outras vezes ao fazer exatamente a mesma coisa. Reconhecendo-me ao fazer algo inusitado... perdendo-me ao reagir apenas de acordo com o hábito formado há eras.

Decifra-me ou... hummm... na verdade não há alternativa. Eu preciso saber quem sou.

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